sexta-feira, 29 de abril de 2011
Com apagão Fluminense ganha do Libertad
Nelson Rodrigues dizia que o Fluminense tem vocação para a eternidade. Se vivesse hoje, talvez fizesse um adendo: a predisposição para as fortes emoções. Depois de estar com o placar nas mãos, o Tricolor se acomodou e teve que correr até o fim para buscar a vitória por 3 a 1 sobre o Libertad-PAR, nesta quinta-feira, no Engenhão, pelas oitavas-de-final da Copa Santander Libertadores.
Veja como foi a vitória do Fluminense sobre o Libertad
Após abrir o placar logo no início com Rafael Moura, de cabeça, o Flu deixou o adversário crescer na segunda etapa e sofreu o empate com Gamarra. A pouco menos de 20 minutos do fim, o aguerrido Marquinho retomou a vantagem para o Flu, que selou o triunfo com Conca, num belíssimo gol de falta.
Agora, o Tricolor poderá perder por até um gol no confronto de volta, na próxima quarta-feira, no Defensores del Chaco, para garantir a classificação às quartas de final da Libertadores.
NOVO APAGÃO ATRASA PARTIDA
Pouco antes do Fluminense dar o pontapé inicial, uma queda de energia deixou o Engenhão às escuras. A partida foi adiada por mais de 60 minutos até que os refletores fossem novamente acendidos. A administração local não esclareceu as causas do apagão, mas informou que o problema ocorreu apenas com as luzes do campo e não em todo o estádio.
Em meio ao breu, a torcida trouxe um pouco de brilho com um belo mosaico que tomou todo setor leste. Nele, a inscrição 'Guerreiros', em homenagem ao empenho do time na emocionante classificação conquistada na última semana.
No reinício do jogo, novidade no Flu: a tradicional camisa tricolor foi substituída pela grená - segundo a assessoria, porque o primeiro estava causando confusão com o uniforme do Libertad.
FLU VOLTA ELÉTRICO APÓS O APAGÃO
Com a energia reestabelecida no Engenhão, o Flu começou elétrico sua primeira decisão pelas oitavas da Libertadores. Com muita velocidade, chegou por duas vezes com perigo à meta de Vargas e, aos 4 minutos, já arrancava o grito de gol dos tricolores nas arquibancadas. Em cobrança de escanteio, Julio Cesar desviou com os pés, Rafael Moura, na segunda trave, escorou de cabeça, o goleiro paraguaio ainda deu um tapa na bola, mas ela já havia ultrapassado a linha do gol.
A vantagem fez o Fluminense diminuir o ritmo. Mesmo assim, era ele quem seguia tomando a iniciativa de ataque. Fred teve duas oportunidades claras. Na primeira, após tabela com Rafael Moura, deu uma meia lua no goleiro Vargas, mas não alcançou a bola para a conclusão. Depois, o mesmo He-Man passou de cabeça, o camisa 9 finalizou de primeira e por pouco não ampliou para o time da casa.
Do outro lado, a disciplina tática foi o ponto louvável da equipe paraguaia. Mesmo com o placar adverso, permaneceu na estratégia de esperar o adversário no seu campo de defesa. Os visitantes insistiram exaustivamente nas ligações diretas para o contra-ataque.
Bem à frente, o veloz Núñez e o centroavante Pavlovich davam trabalho à defesa tricolor. Enquanto o lateral-esquerdo Samudio, às costas de Mariano, também apareceu com perigo. Foi do camisa 15 a principal chance na primeira etapa. Após finalização cruzada, Ricardo Berna salvou o Flu.
Ainda na primeira etapa, o lateral-esquerdo Julio Cesar sentiu dores musculares e teve que deixar o campo. O volante Fernando Bob entrou no seu lugar e foi improvisado no setor pelo técnico Enderson Moreira.
GUERREIROS ARRANCAM VANTAGEM NO FIM
Na volta do intervalo, os guerreiros fizeram aquilo que não deveria: se acomodar com o resultado. Com isso, o até então tímido Libertad foi conquistando terreno. Com mais posse de bola e encurralando os anfitriões no campo de defesa, ficou uma impressão nas arquibancadas de que o gol estava maduro.
E ele amadureceu. Aos 16 minutos, após chuveirinho da intermediária, o apoiador Gamarra apareceu entre a defesa e cabeceou por cima do goleiro Berna. Silêncio no Engenhão. E o camisa 12 tricolor acabou crucificado pelo revés. No lance seguinte, vaias foram disparadas das arquibancadas contra o arqueiro.
Parecia o prenúncio de uma tragédia. Mas quem se acostumou com o roteiro dos guerreiros, sabia que a história não terminaria assim. Mesmo desorganizado, com demasiada vontade e raríssima técnica, o Tricolor retomou a vantagem do placar. E com seu soldado mais aguerrido.
Aos 27 minutos, Marquinho avançou pelo meio e chutou cruzado: a bola balançou sutilmente as redes de Vargas. O estádio, outra vez, foi abaixo.
E a festa ainda teve outro aperitivo. Em falta frontal, Conca - pouco objetivo até então - cobrou com extrema categoria, marcando o terceiro do Flu, seu primeiro na Libertadores.
Com a boa vantagem assegurada, o Fluminense cozinhou os minutos restantes até o apito final. Antes, o vaiado Ricardo Berna garantiu a vantagem com duas belas defesas. Agora, no Paraguai, o Tricolor poderá perder por até um gol de diferença que garante a classificação. A torcida espera que, pelo menos desta vez, não precise passar por tantas emoções.
FICHA TÉCNICA
FLUMINENSE 3 X 1 LIBERTAD
Local: Engenhão, Rio de Janeiro (RJ)
Data-Hora: 28/4/ 2011 - 21h50 (de Brasília)
Árbitro: Sergio Pezzotta (ARG)
Auxiliares: Ariel Bustos (ARG) e Gustavo Rossi (ARG)
Renda e público: R$ 673.655,00 / 22.505 pagantes / 25.378 presentes
Cartões amarelos: Julio Cesar, Conca (FLU); Cáceres, Gamarra, Ayala (LIB)
Cartões vermelhos: -
Gols: Rafael Moura 3'/ 1ºT (1-0), Gamarra 16'/2ºT (1-1), Marquinho 27'/2ºT (2-1) e Conca 29'/2ºT (3-1)
FLUMINENSE: Ricardo Berna, Mariano, Gum, Edinho e Julio Cesar (Fernando Bob 42'/1ºT, depois Araújo 26'/2ºT); Valencia, Diguinho, Marquinho e Conca; Fred e Rafael Moura (Diogo 34'/2ºT) - Técnico: Enderson Moreira.
LIBERTAD: Vargasm Bonet, Portocarrero, Canuto e Samudio; Ayala, Cáceres, Rojas (Moreira 37'/2ºT) e Gamarra; Núñez (Maciel 13'/2ºT) e Pavlovich (Orué 19'/2ºT) - Técnico: Gregorio Pérez.
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